A palavra papel é originária do latim papyrus e faz referência ao papiro, primeiro material para escrever feito pelo homem, na Antiguidade pelos egípcios, por volta de 3000 a.C. Da forma como conhecemos hoje, foi criado na China em 105 d.C. por T’sai Lun. Foram os árabes que disseminaram a técnica em 1300. Os demais países europeus só o conheceram por volta dos séculos XIII e XIV. A fabricação mecânica iniciou por volta do séc. XVII. No Brasil, seu início foi incentivado com a vinda de Dom João VI para o Rio de Janeiro em 1809. Por volta de 1850 surgiram às primeiras fábricas, mas o setor só obteve desenvolvimento maior nos anos de 1920 e 1930. Somente no início do XXI houve estabilidade no setor. Por ser um material orgânico e biodegradável o papel leva de 3 a 6 meses para se decompor, podendo levar 100 anos em aterros com pouca umidade.
A humanidade produz toneladas de lixo diárias, sendo metade em papel. Mundialmente um dos materiais mais reciclados são as caixas de papelão em torno de 80% reaproveitadas. Segundo a FAO (Organização da Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura) a recuperação dos papéis no mundo gira em torno de 145 milhões de toneladas ano. A reciclagem representa 1/3 da matéria-prima utilizada na fabricação da produção mundial do papel. Na Europa a reciclagem do papel chegou a 71,7% sendo 11 países reciclando 60% e outros 13 atingindo 70% de reaproveitamento. Conforme a ABTCP (Associação Brasileiras Técnica em Celulose e Papéis) as maiores taxas de reaproveitamento no mundo deste resíduo são: Coréia do Sul (74%), Japão (68%) e União Europeia (60%) ocupando o Brasil o oitavo lugar.
Atualmente o Brasil é referência mundial entre os produtores mundiais de celulose, papel e reciclagem com índice de reaproveitamento de 30% do consumo. A Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA) afirma, através de pesquisas, que esse ramo da indústria tem grande importância na economia brasileira, sendo responsável por 1% do PIB do país. A Associação Nacional dos Aparistas de Papel (ANAP) levantou em meio de dados que em 2013–2014, a taxa de recuperação de papéis recicláveis no Brasil foi de 58,9%. Em 2016 estima-se que 4,8 milhões de toneladas retornaram ao processo produtivo, o que equivale a uma taxa de recuperação de 64% de todo o papel consumido passível de reciclagem. Na última década (2006–2016) a produção nacional de celulose aumentou em 7,6 milhões de toneladas e esse incremento foi acompanhado pelo aumento das exportações para os países da Europa e China. Em 2017, o índice de recuperação de papel foi recorde de 66,2% o que equivale a 5 milhões de toneladas que retornam ao processo produtivo. De todo o nosso papel reciclado 80% é destinado à confecção de embalagens, 18% a papéis sanitários e apenas 2% à impressão.
A ANAP ainda afirma que 100% da produção de papel tem origem nas florestas plantadas, em um processo renovável e sustentável, sendo as mais produtivas do mundo. Estudos ainda apontam que com a fabricação de uma tonelada de papel reciclado há uma economia no consumo de água e energia elétrica cerca da metade do que é gasto com o não reaproveitado. Por volta de 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica.
O Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Regional de Blumenau (Furb) informa que para que o papel seja passível de reciclagem com qualidade, ele não pode estar “contaminado” com materiais tais como ceras, plásticos, manchas de óleo, tintura, terra, pedaços de madeira, barbantes, cordas, metais, vidros, etc. São proibidos: vegetal, carbono, cartão impregnado com substâncias impermeáveis à umidade (podendo ser compostados) ou com produtos químicos nocivos à saúde.
A indústria de celulose e papel de Santa Catarina possui uma participação de 5,24% na indústria de transformação. Em 2015 exportamos R$ 6,5 bilhões de valor Bruto da Produção Industrial de Santa Catarina. O setor é uma das vocações econômicas mais importantes da Serra Catarinense sendo 8.º em exportações do ramo de reciclagem e o 10.º em geração de empregos, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESP).
O GRUPO INER com implantação do projeto “Lixo Zero Social 10” irá contribuir para que a reciclagem do papel cresça em índices favoráveis não só para economia brasileira, mas também no cuidado com o meio ambiente.
Para ver a primeira parte da séries Resíduos Sólidos acesse aqui
Pesquisa feita por Angelita Ester da Costa
Diretora da Seccional Elo Social Joinville - SC
Edição:
Equipe de Web Santa Catarina
Referências Bibliográficas:
Comments